De 8 a 13 de Julho, o Bispo de Tete, fez visita pastoral à Paróquia de Inhangoma. Percorreu a Paróquia de lés a lés, acompanhado pela equipa missionária composta pelos irmãos e as irmãs da Comunidade Pobres de Jesus, celebrando a Missa e administrando os Crismas nas comunidades cristãs de Sucamiala, Maputi, Gogodani, Mponda e Cassano. Foi uma ocasião para dar graças a Deus pelos 75 anos de fundação e missão da presença católica no Posto Administrativo de Inhangoma. Uma história feita de coragem e muita caridade, numa região sujeita a tantas intempéries dos homens e da natureza.
Inhangoma fica no distrito de Mutarara, Província de Tete, a cerca de 350 quilómetros de Tete. A Missão Católica de Nossa Senhora do Carmo foi fundada em 10 de Maio de 1949, desmembrada da Missão de Nossa Senhora de Fátima de Murraça, e entregue aos Missionários de Africa por Dom Sebastião Soares de Resende, Bispo da Beira. Os seus fundadores foram os padres Francisco Schupp e Marino Vicenzo, no lugar de Cassano. Só alguns anos mais tarde a missão veio para o lugar actual de Inhangoma, devido às grandes cheias dos rios Zambeze e Chire. Confronta a Norte com a Missão de São Pedro Claver do Charre, a Sul com o rio Zambeze, a Este com o mesmo rio a diocese de Quelimane e a Oeste com a Missão de Nossa Senhora de Fátima de Murraça. Com a criação da diocese de Tete, em 1962, a missão ficou a pertencer, desde então, à diocese de Tete.
As Irmãs Missionárias Franciscanas da Mãe do Divino Pastor fazem parte da equipa missionária da missão de Inhangoma colaborando na pastoral e na promoção humana.
Em 1971, quando os Missionários de África foram expulsos de Moçambique, a missão estava em pleno florescimento e tinha atingido um grande desenvolvimento, tanto no campo da promoção humana e cultural como no campo da evangelização, pelo crescimento dum grande número de cristãos e comunidades vivas e comprometidas. Depois da saída dos Missionários de África, assumiram a responsabilidade pastoral da missão os Missionários de Burgos, os padres Alberto Font e Xavier Fábrega.
A missão então contava com 4.500 católicos. Mantinha em funcionamento 20 escolas frequentadas por 4.000 alunos. Como obras de promoção humana e assistência, havia um internato masculino e um internato feminino, posto sanitário e maternidade.
A missão de Inhangoma foi nacionalizada em 1975 e em 1979 os missionários foram obrigados a sair da região. Mais tarde, em 1981 vieram os missionários Combonianos para a assistência pastoral da região, mas tiveram que abandonar a missão em 1986 para se refugiarem no Malawi com a população durante a guerra civil.
Após o acordo de Paz em 4 de Outubro de 1992, as Irmãs Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor, entenderam que era necessário e urgente regressar a Inhangoma para ir acolhendo os refugiados que regressavam às suas terras.
Os edifícios da missão estavam completamente destruídos e o mato cobria os escombros. Entretanto, o organismo dos Jesuítas ao Serviço dos Regressados reconstruiu alguns edifícios escolares para dar continuidade ao ensino à distância (ESAM) iniciado no Malawi, e reconstruiu também a maternidade e a casa das irmãs, onde passaram a habitar no dia de Natal de 1994. Em seguida reconstruiram os internatos da Missão e acolheram alunos e alunas que frequentavam a escola.
De 1993 até 1995 os Missionários Combonianos, residentes na Paróquia de Charre, tiveram à sua responsabilidade pastoral da paróquia de Inhangoma. Em 1995 esta responsabilidade passou para o clero diocesano de Tete.
Nos anos seguintes foi feito um bom trabalho de formação dos catequistas através de cursos realizados na paróquia e nas zonas pastorais. Rapidamente o número de comunidades cristãs aumentou: Em 1999 havia 28 comunidades cristãs divididas em cinco zonas pastorais: Zona Centro: 6, Zona Sul-Oeste: 5, Zona Sul: 6, Zona Norte: quatro e Zona Leste: 5.
Em 1999, sendo pároco, o padre Vital Conala, realizaram-se trabalhos de reabilitação da igreja paroquial de Inhangoma. A partir de 2003 os padres diocesanos retiraram-se de Charre e Inhangoma e no final de 2004 as Irmãs Franciscanas da Mãe do Divino Pastor deixaram a Missão de Inhangoma.
A 12 de Julho de 2005, os Missionários Xaverianos, assumiram a cura pastoral da Paróquia de Charre e a assistência pastoral à paróquia de Inhangoma.
De 2011 a 2016 a Paróquia de Inhangoma contou com a presença do leigo missionário Serafino Piras que desenvolveu um excelente trabalho de promoção humana a favor da população e das comunidades cristãs.
A convite de Dom Diamantino Antunes, no dia 15 de Maio de 2022 as Irmãs Pobres de Jesus vieram trabalhar na Diocese de Tete, na Paróquia de Inhangoma e em Setembro desse ano chegaram os Pobres de Jesus que assumiram a cura pastoral da paróquia. Esta nova equipa missionária deu um novo vigor à pastoral paroquial e ao trabalho de promoção humana dirigindo o Lar Feminino e Masculino da Missão, a escolinha Avó Ângela e o Centro Nutricional.
Hoje, a Paróquia de Inhangoma tem uma superfície de 900 quilómetros quadrados, com uma população de 57.480 habitantes, dos quais 14.000 são católicos, organizados em 32
comunidades cristãs.