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Embondeiro

Embondeiro, símbolo da África e abundante em Tete

TETE: O TERRENO ONDE FOI LANÇADO A SEMENTE DO EVANGELHO

Situada na província com o mesmo nome, Tete é um dos núcleos urbanos mais antigos de Moçambique. Localizada na margem direita do Rio Zambeze, num planalto de cerca de quinhentos metros de altura que descai até às suas margens, diz a lenda que o lugar foi anteriormente ocupado por um extenso canavial (mitete, em língua nhungue), daí derivando o seu nome. ​


As primeiras construções feitas pelos portugueses terão aparecido por volta do segundo quartel do século XVI (1540), sobre um entreposto comercial suaíli que abastecia as caravanas que circulavam entre a costa meridional moçambicana e esta região. A concessão do lugar, e de uma vasta área circundante, fora feita pelo imperador Monomotapa, senhor daquelas terras. Frei João dos Santos, um missionário Dominicano, visitou a povoação em finais do XVI, anotando nos seus registos ter encontrando uma igreja, um forte de pedra, o forte de São Tiago Maior, e uma população de “mais de seiscentos cristãos, dos quais seriam quarenta portugueses, e os outros indianos, e população local”.


O núcleo cresceu lentamente apoiado na mineração do ouro e no eixo do Rio Zambeze, à época principal via de comunicação. Mais tarde, a actividade comercial mudaria para o marfim e, depois, para os escravos, com base num circuito que ligava a costa e o Mwata Cazembe, no Congo, do qual este lugar fazia parte.


Por carta régia de 9 de maio de 1761 Tete foi elevada a vila, sucedendo a Sena como capital da Zambézia. Um século depois concluía-se a sua nova fortaleza, com o nome de Forte de D. Luís. Em finais do século XIX a soberania portuguesa da vila era ainda instável, ameaçada pelos prazeiros afro-goeses semi-independentes que se dedicavam ao comércio com o interior. Em 1917, a revolta do Báruè alastrava até às suas portas, tornando iminente uma ocupação que foi evitada por pouco. Quarenta e poucos anos depois, em plena guerra colonial, a cidade era sede do comando militar português para esta zona.


Crescendo escassamente ao longo do século XX, pelas dificuldades de localização e o isolamento, Tete tinha ainda assim cerca de 38.000 habitantes em 1951. Ao longo do século XX, a prosperidade de Tete dependeu essencialmente da indústria de mineração de carvão em Moatize, assim como da produção de energia hidroeléctrica da barragem de Cahora-Bassa.


Hoje, é ainda com o revigoramento destes dois empreendimentos que a cidade conta para construir o seu futuro. Com uma população de pouco mais de cem mil habitantes, segundo o censo de 1997, a cidade de Tete viu nos últimos anos a sua população aumentar de modo significativo, sobretudo nos bairros periféricos.

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