Causa do martírio dos catequistas de Guiúa já está na “fase romana”

Causa do martírio dos catequistas de Guiúa já está na “fase romana”

Em Moçambique foi determinante o testemunho dos Catequistas: numa Igreja que nos primeiros anos da independência foi bastante perseguida, e com grandes limitações para a actividade da Igreja, quem assumiu a jovem Igreja moçambicana foram os Catequistas – diz D. Diamantino Antunes, Bispo de Tete, em entrevista à Rádio Vaticano.

Por P. Bernardo Suate, Cidade do Vaticano -

Dom Diamantino Guapo Antunes, foi Postulador, na fase diocesana, do processo de beatificação dos Catequistas mortos no Centro Catequético de Guiúa, em 1992. Conhecendo, pois, de forma aprofundada a vida, a morte e a fama de martírio dos Catequistas, e conhecendo também a documentação e o contexto em que foram recolhidos, Bispo de Tete (Moçambique), em Roma para ajudar na redacção da “Positio” sobre a causa do martírio dos Catequistas de Guiúa.

  Oiça aqui a entrevista com D. Diamantino Antunes

 
 

 

Dom Diamantino encontra-se em Roma para colaborar na preparação do passo sucessivo. Depois da fase diocesana (que aconteceu em 2017 e 2019) o processo entra agora na “fase Romana”. Trata-se, explica o prelado, de preparar uma síntese das provas e testemunhos recolhidos na primeira fase nas dioceses de Moçambique, e também a recolha dos documentos civis de cada um dos Catequistas mártires, assassinados pela sua fé em março de 1992.

 

Leigos, sacerdotes, testemunhas interpelados

Houve igualmente entrevistas a leigos e sacerdotes que conheceram os Catequistas na sua actividade pastoral nas Comunidades, e que sobretudo viveram com eles nos últimos dias, bem como as testemunhas directas do ataque ao Centro Catequético de Guiúa que também foram interpelados.

D. Diamantino explica o processo de beatificação

Devido à pandemia da Covid-19, houve muitas limitações e se fez realmente pouco nos últimos dois anos, tanto na Congregação para a Causa dos Santos e como na possibilidade de deslocações – observa ainda Dom Diamantino. Mas agora, nesta segunda fase (a “Positio”), explica o prelado, a síntese dos testemunhos recolhidos na primeira fase será analisada por uma Comissão de peritos, teólogos e historiadores, nomeada pela Congregação para verificar se as provas apresentadas a favor do martírio são suficientes e, em caso de voto positivo, será a vez da Comissão de Bispos e Cardeais da Congregação, antes da palavra definitiva do Santo Padre para declarar beatos os mártires.

Mas houve um grupo que se manteve fiel, com consequências também para a sua vida social e familiar. E aí já se vê a virtude da fortaleza e da fé, pois antes de serem mártires eles, nas suas Comunidades, já deram testemunho grande e importante mantendo-as vivas em tempos de grandes desafios – concluiu o prelado.

 

FONTE: VATICAN NEWS


Imprimir   Email