Segunda Feira, 13 de Maio, iniciaram os trabalhos de reconstrução da Igreja de São Pedro Claver de Miruro, no Distrito do Zumbo. No dia 10 de Maio o leigo missionário Serafino Piras com um grupo de pedreiros saiu de manhã em direcção a Miruro, 550 km de distância, 2 dias de viagem, com o material necessário para iniciar os trabalhos. No Domingo, 12 de Maio, na presença dos católicos de Miruro e das autoridades administrativas e comunitárias, o Padre Carlo Biella, pároco de Zumbo e de Miruro, celebrou a Missa no interior da igreja que apenas tem as paredes. No final abençoou os trabalhadores e os trabalhos de reconstrução. A Missão de São Pedro Claver em 1892 pelo Padre Estevão Czimmewrmann, missionário jesuíta e um dos fundadores da Missão de São José de Boorma. No dia 16 de Janeiro de 1892, ele partiu de Boroma a pé acompanhado pelo Irmão José Rider e por 4 cristãos de Boorma. Depois de um mês de viagem durante qual percorreram os 450 km de distância chegaram ao Zumbo. Depois de percorrerem a região para escolher um lugar propício para ali fundar a missão, fundaram, nesse mesmo ano, a Missão de São Pedro Claver no Ricico, no Zumbo. Fizeram uma pequena residência, capela, escola e casa para os órfãos no cume de uma colina, no sopé da qual, se estendia uma povoação. Depois da morte do Padre Estevão e de outros missionários, a Missão de São Pedro Claver foi transferida mais para a norte, na localidade de Miruro, na margem esquerda do rio Luangwa, limite natural entre Moçambique e a actual Zâmbia. Foi ali que construiram em seguida uma ampla igreja em estilo gótico, com 3 naves que durou diveros anso a construir. Com a igreja foram construídos outros edifícios: residência dos padres, residência das Irmãs, escolas, internatos, centro de saúde. Em Miruro trabalharam missionários Jesuítas, Verbo Divino, Consolata e por fim os Padres de Burgos. A missão foi encerrada em 1966 por causa do isolamento e sobretudo da guerra colonial que estava a dar os primeiros passos na província de Tete. De 1966 até hoje a missão ficou abandonada, sem missionários, e foi destruída pela incúria dos homens e pela inclemência da natureza. Com a recuperação da Missão de Miruro e da sua igreja, considerado monumento histórico nacional, a Diocese de Tete pretende fazer justiça à história e aos missionários que aqui trabalharam, um bom grupo dos quais está sepultado no cemitério da missão, e relançar a evangelização nesta parte do distrito do Zumbo que ficou abandonada durante demasiado tempo. Com este trabalho a diocese de Tete termina o ciclo de reconstrução das missões históricas de Tete: Seminário do Zobuè (2019-2021) e Missão de Boroma (2022-2024). Que Deus nos acompanhe neste propósito.